Novembro. Numa pequena vila - ou será aldeia, ou povoado, ou lugar, ou lugarejo? - miúdos batem à porta e gritam nas suas vozes estridentes e ansiosas: Pão-por-Deus!
É verdade que este pedido se traduzia em doçaria variada e até em moedinhas para os miúdos conhecidos. Mas o que eu gostava mesmo nessa tradição era da broa. Um pouco como a tradição das rabanadas no Natal, toda a gente dava broas de Todos os Santos a toda a gente. Troca por troca, no final do dia cada um tinha mais ou menos a quantidade com que tinha começado.
Quando vejo rabanadas lembro-me sempre de um episódio de Natal de uma série portuguesa (possivelmente da época do Duarte e Companhia), em que havia uma mulher que trabalhava numa oficina. A actriz até é conhecida, loira... Mas só me consigo lembrar da Ivone Silva e não é ela! Enfim... Tanto lhe ofereceram rabanadas que no final havia uma pirâmide. Zoom out e lá estava o Coro de Santo Amaro de Oeiras a cantar A Todos um Bom Natal. Ou será que era simplesmente um programa especial de Natal e não uma série? Que frustração não me lembrar!
Mas voltemos às broas. Tinha ali pinhões e apetecia-me trincar qualquer coisa (doce mas não demasiado)... Depois de alguma luta interna, decidi-me por broas e fui à caça de uma receita. Adaptei daqui e voilá:
250gr farinha
125gr açúcar amarelo
1 ovo
1 colher de sopa de óleo
fermento qb
leite qb
canela, noz moscada, cravinho, erva doce e raspa de limão a gosto
pinhões