Num terrível acesso de fome por coisas boas, pensei em soluções para um jantar. As ideias do costume surgiram naturalmente: japonês, talvez Nood; português requintado, talvez O Jacinto; um bom chinês, decididamente o Hong Kong. Mas havia uma ideia que não me largava. Risotto. A culpa é toda do Gordon Ramsey e do seu risotto de espargos e parmesão que vejo frequentemente no Hell's Kitchen.
Depois de consultar o habitual consultor, optei pelo Zafferano e lá fomos nós para a Trindade. O espaço é muito interessante, com pinturas de flores lilás em toda a parede.
Decidiram copiar-me e comemos todos risotto.
O João ficou com o melhor. Risotto de três queijos e uvas brancas, sob uma chuva de frutos secos tostados. Era o risotto mais trabalhado e mais surpreendente em termos de combinação de sabores.
O João (mano) ficou com o risotto de camarão e mexilhões, com tomate e vinho branco. Era muito próximo de um arroz de marisco e não houve efeito surpresa. Algo normal e, diria eu que gosto de ir a restaurantes com este aspecto na expectativa de ser surpreendida, dispensável numa futura visita.
Eu pedi o risotto de pêra, gorgonzolla, rúcula e martini rosso. Combinação interessante e saborosa. Um prato muito cremoso mas que ocupou um segundo lugar na mesa por ser menos trabalhado.
Para minha (má) surpresa, as sobremesas que tinham potencial não estavam disponíveis. Nem pêra cozida em citrinos e açafrão, servida com creme de caramelo nem gelado de açafrão, baunilha e sabor do dia, que seriam o rosto das sobremesas da casa que se chama... Zafferano! Acabei por não comer nenhuma porque as restantes eram óbvias e, como tal, representavam calorias sem sentido.
O preço é justo. Com água, cerveja e couvert ficou a 16 euros por pessoa.
Um bom restaurante a regressar apenas quando tiver dado volta aos outros da minha lista.