terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Neuhaus Experience (4)

Original e absolutamente delicioso.

Com um toque picante no fim - faz juz à caixa rosinha a que pertence!

Uma surpresa - uma avelã inteira no centro. Muito bom.

A avelã caramelizada dá um toque especial.

Para quê complicar? A simplicidade pode ser boa :)

Tem gianduja portanto não há grande espaço para erro! Mas o arroz tufado é algo... vulgar?


[To be continued...]

sábado, 25 de dezembro de 2010

Neuhaus Experience (3)

Muito bom, com toque de frutos secos.

Tem demasiado chocolate branco para mim e estranho um pouco a textura, que se torna mais aguada que cremosa.

Com este nome, não podia ser fantástico. Mas é bom.

Simplesmente perfeito, para quem gosta de avelãs e amêndoas.

Tem rum e é memorável.

Com um toque picante crocante interessante no final de um bloco cremoso.

Não sou grande fã de caramelo, portanto não voltaria a comprar...

[To be continued...]

domingo, 19 de dezembro de 2010

Neuhaus Experience (2)

Tenho cá a impressão que a caixinha Lady Chefs é uma boa prenda... A textura dos pequenos grãos é uma boa surpresa no meio de uma capa dura e um recheio aveludado.

O ganache de café é um bocadinho forte demais para mim e não sou particularmente fã de ter nougatine colado aos dentes, mas é uma combinação original.

Delicioso. Um creme aveludado com notas de avelã e amêndoa!

Bom chocolate de leite. Sem surpresas.

Uma combinação perfeita entre chocolate preto e massapão. Fantástico depois de um cafezinho.

[To be continued...]

domingo, 12 de dezembro de 2010

Neuhaus Experience

Depois de algum esforço a organizar uma reunião para gente importante, ofereceram-me um cartão oferta do El Corte Ingles. De imediato tomei a decisão de gastá-lo na loja gourmet.

- Boa tarde. Era um de cada da Neuhaus, por favor.


Muito bom. Os pedacinhos de bolachas amaretto marcam a diferença.

Adoro framboesas. Não havia maneira de falhar.

O melhor chocolate Neuhaus que degustei até agora. A capa de açúcar fina parte como um bom crème brulée (Amélie style!) e o interior é tão cremoso... Unbelievable.

Perfeito para acompanhar com o café. A capa de açúcar e baunilha dá um toque especial.

É estranho eu dizer isto, mas não é nada de especial. É chocolate de grande qualidade, mas não especialmente surpreendente.

[To be continued...]

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

La Paparrucha

O Vítor Sobral está contra mim.
Quarta-feira telefono três ou quatro vezes para a Tasca da Esquina para marcar mesa. Ninguém atende. Às 18.30 vamos ao cinema numa sessão quase exclusiva para nós (só havia mais um casal na sala! devem ter ficado tristes quando entrámos e se aperceberam que não iam ter a sala só para eles) e decidimos esperar pelo intervalo para voltar a ligar. Acabámos por não o fazer por já ser tão tarde - a projecção não arrancou quando devia, e o intervalo atrasou a coisa...

Quinta-feira telefono e marco mesa para as 20.00. Porque só é possível marcar mesa para as 20.00 ou para as 22.00. É uma regra estranha, mas o Vitinho lá sabe o que faz.

Saímos de casa às 19.15, na certeza que assim chegaríamos bem a tempo. Mas o trânsito da Av da República decidiu que não era desta e às 20.00, ainda no Saldanha, telefonei à Tasca a desmarcar. Afinal, avisaram-me que tinha de libertar a mesa às 22.00, eu só ia chegar lá para as 20.30 com sorte, e comer à pressa não é coisa que nos agrade.

Plano B, plano B... Eleven? Demasiado caro. Panorama? Mesma coisa. La Paparrucha.
Liguei e pedi mesa com vista, para dali a 40 minutos. Com vista só na zona de fumadores. Olhe, não faz mal, pode ser então na zona de fumadores, até já e obrigada.

Estacionámos no jardim do Príncipe Real, onde finalmente tivemos sorte e não andámos às voltas para arranjar lugar. Andámos até ao restaurante e pelo caminho assistimos de raspão à inauguração de uma loja e vimos uma pizza shop, daqueles à americana tipo grab and go.

Fomos recebidos com grande amabilidade e levaram-nos até ao terraço onde a vista e, afortunadamente, o bom tempo compensaram a dor de cabeça até lá chegar.

Caipirinha simpática, pastéis saborosos mas que se calhar não devia ter comido para não ficar a abarrotar no final.

Comi um bife do lombo grelhado e o João um T-Bone gigante que ameaçou não existir por uns segundos e o levou a ter de pegar na lista novamente. Pateticamente, todos os acompanhamentos são pagos à parte - escolhemos batata assada, milho assado e espinafres. Para sobremesa, e apesar de estar boa para rebolar até ao carro, escolhi uma tentação de maçã que me soube bem mas que claramente não devia ter comido.

O único defeito que tenho a pôr ao La Paparrucha é, de facto, os acompanhamentos serem todos pagos à parte. Quer-me parecer que por 25 euros podiam "oferecer" pelo menos dois.

Com a caipirinha, o vinho, a água, a sobremesa, a couvert, as entradas, para os dois ficou a pouco mais de 90 euros.

A repetir quando precisar de uma grandeeeeeeeeee dose de proteína, mas sem capirinhas nem entradas nem sobremesas...

Alma

Reservámos mesa para as oito e meia. Depois de uma volta redonda à procura de lugar gratuito, falhada, estacionámos no parque. Entrámos numa lua branca com uma nuvem inquieta a pairar sobre a mesa maior.

Ao início estávamos rodeados de um silêncio intimidador, que nos fazia sussurrar e controlar os disparates. Eu pedi o primeiro menu de degustação, ele pediu o segundo. Sabia que ia ser uma refeição cara, por isso queria experimentar o máximo possível de pratos.

Entretanto, chegaram mais pessoas, mal vestidas como nós e em comparação com os empinados do canto, com conversas normais e não cultas, e ficámos mais à vontade para os disparates do costume.

O simpático empregado sabia a descrição dos pratos de cor e salteado e sempre que nos trazia um prato explicava o que íamos degustar. O João não dava atenção nenhuma e depois de o empregado se ir embora perguntava-me o que estava a comer.

A entrada, igual para os dois, foi (em termos leigos não correspondentes à descrição do bom do empregado) cavala sobre uma rodela de batata bem cozinhada, umas ervinhas e maionese. Normal.

Depois, para mim vieram duas vieiras somente coradas com um puré de couve-flor e azeite de caril. Comecei a sorrir. O João comeu polvo, tão tenrinho que suspeito que o Alma tem um espancador profissional de serviço.

Para o João, veio o tradicional bacalhau com grão - o grão "al dente", o bacalhau levemente cozinhado, com a dose certa de sal. Eu comi dourada com a pele tostada e deliciosa com um puré de funcho. Diferente - fez-me lembrar que é por isso que eu gosto de ir a restaurantes gourmet.

Seguiram-se três fatias finíssimas de alcatra sobre puré de batata e com uma redução envolvida em pastinaga e cogumelos. Glorified vaca com molho de ostras, disse o João para manter a tradição dos disparates. Delicioso. O João comeu leitão com puré de batata doce - uma especialidade.

"Ofereceram-nos" de seguida um sorvete de caipirinha para limpar o palato. Um sorvete de lima com um toque de cachaça e ainda um dedinho de doce de frutos vermelhos. Extraordinário.

E, por fim, as sobremesas. A minha era normal. Gostava que fosse diferente, mas fazia parte do menu que escolhi. Petit-gateau com gelado de gengibre (se bem que não me soube muito a gengibre e o gelado derreteu a uma velocidade que contrariou o objectivo da degustação). Era bom mas não caí de joelhos no meu palato. O João, sim, comeu uma sobremesa digna de restaurante gourmet. Uma tarte de pêra e maçã com gelado de chévre. Diferente, delicioso, inesquecível.

O café foi servido com bolinhas de chocolate com um centro de gengibre, ao estilo Claudio Corallo.

Preço total para os dois: 90 euros (39€ cada menu + água + café).

Vou regressar certamente daqui a uns mesinhos, possivelmente ignorando os menus e escolhendo os pratos de tamanho normal que, by the way, têm de facto um tamanho normal.

Uma noite muito bem passada :)

domingo, 26 de setembro de 2010

Mousse de Lima

Geralmente não tenho grande paciência para cozinhar para convidados. Vá, não tanto paciência, mas um certo receio de errar nas quantidades e na qualidade. Não posso garantir que o arroz de tamboril me saia tão bem no dia da festa como no dia do deixa-te-estar-de-pijama-o-dia-todo-mesmo-que-os-vizinhos-reparem. Por isso, tendo a usar os recursos locais - o japa, o italiano, o churrasco. Se alguém não gostar sempre posso dizer "Eh pa nunca mais vou a esse sítio!"

Mas não me importo de fazer a sobremesa, até porque em geral faço uma que não me rouba quase tempo nenhum - e é difícil errar com leite condensado.

As pessoas acham que tenho um talento nato até que lhes digo que a receita é d' "O livro doce" da Nestlé. Oh well, desde que ninguém fique aguado!

A pedido de muitas famílias que desconhecem a existência deste livro com receitas com leite condensado (ui, que saudável!), cá fica a receita de MOUSSE DE LIMA.

Ingredientes:
1 lata leite condensado
1,5 dl sumo lima
2,5 dl natas
1 lima

Deitar o leite condensado numa tijela e juntar o sumo de lima. Mexer. Bater as natas em chantilly sem açúcar e adicionar. Misturar, deitar em taças e levar ao frio durante uma hora.

Eu ponho menos natas (2 dl) porque os pacotes pequenos só têm essa quantidade. Ponho ainda uma folha de gelatina derretida numa colher de sopa de água, porque gosto de mais consistência. E, para finalizar e se não houver ninguém a torcer o nariz, ponho framboesas no topo porque assim quebra-se o potencial dote enjoativo (mesmo com a lima) do doce. Ah, e também funciona bem com limão, fica simplesmente mais suave.

Acho que também deve resultar com sumo de laranja, maracujá... Ainda estou para experimentar!

domingo, 15 de agosto de 2010

Pastéis Mimosos... Diferentes

Já há muitos, muitos anos que tenho um livro com receitas deliciosas. Muitos doces conventuais. Muitas coisas que fazem mal!

Nesse livrinho "Coisas de Açúcar" do Manuel Luís Goucha – da altura em que ainda não era muito dado aos mexericos nem existia conceito de metrosexualidade – há uma receita muito simples e deliciosa… Pastéis Mimosos.

São docinhos que fazemos com mais frequência que os restantes que conhecemos, por serem tão fáceis de fazer. Desta vez acrescentei um ingrediente mágico. Ou melhor: dois!

200 gr. açúcar
50 gr. farinha
25 gr. margarina derretida
¼ Litro de leite
1 Ovo

Ingrediente mágico #1: essência de baunilha
Ingrediente mágico # 2: 4 quadrados de chocolate 74% cacau do Lidl (porque é bom e barato)

Fiz a massa normal + baunilha e distribui por 6 forminhas de uma forma de silicone (previamente untada) de 12 unidades. Depois acrescentei o chocolate derretido com um niquinho de manteiga (niquinho é o termo culinário técnico! :) ) ao resto da massa, varinha mágica para ficar bem misturado, e enchi as outras 6 forminhas.

Mas atenção que a massa de chocolate coze mais depressa do que a sem, por isso não é boa ideia misturar dois "sabores" numa só forma de silicone. Para a próxima já sei!

Ah, é verdade: é mesmo suposto ficar meio mal cozido… Após uns 20 minutos a 200 graus já devem estar bons. Se deixarem muito mais tempo arriscam-se a queimar a base.

Experimentem e digam qualquer coisa.
**

terça-feira, 1 de junho de 2010

Chocolate de S. Tomé numa tarde de grande calor

Enquanto esperava pela hora do lançamento do livro O Sorriso da Lua na Universidade Aberta, sentei-me num banco debaixo da grande árvore do jardim do Príncipe Real e li muitas páginas de um livro que já devia ter lido há muito mais tempo. Protegida pela árvore, o sol aquecia-me aqui um bocadinho, ali outro, à medida que ia descendo com o passar dos minutos.

17.30, a meia hora do lançamento, vou descendo a Rua da Escola Politécnica e, sem hesitar, viro à esquerda para visitar a CLAUDIO CORALLO.

Sem querer gastar muito, e sabendo que os chocolates não são baratos, decido antes de entrar que vou só pedir um sorvete.

- Era um sorvete, se faz favor.

Enquanto a senhora prepara o sorvete, uma pequena bola cremosa e não muito doce de chocolate de S. Tomé e Príncipe, leio uma carta afixada na parede - um louvor de um representante do governo de S. Tomé. Bem merecida. Não se compra chocolate assim no supermercado... E eis que os meus olhos descem para o menu... E percorrem a montra, analisando as formas dos chocolates, as texturas, as etiquetas informativas. E antes de a senhora pousar o sorvete no balcão ouço a minha voz.

- E já agora uma barra de chocolate com laranja e outra com avelãs.

12 euros e trocos que desaparecerão em menos de dois dias.
Mas já devia saber que quando lá vou não consigo trazer só uma coisinha, não consigo comprar só um bombom com centro de gengibre ou um ganache.

Tenho dúvidas que seja um chocolate apreciado por todos. Aqueles que dizem "tens de provar este chocolate extraordinário, é cadbury" (sim ,essas pessoas existem, comprovo) ou que só ficam satisfeitos com uma overdose de açúcar dificilmente saberão apreciar este chocolate.

Desde o chocolate 100% ao chocolate com cristais de açúcar, até hoje tenho apenas uma sugestão para melhorar os chocolates Claudio Corallo: torrar as avelãs antes de as envolverem no chocolate. Acho que faria uma grande diferença.

E lá fui eu para a UAb, de sorvete na mão, retirando-o do recipiente com uma colher pequenina, nunca enchendo a colher para fazer o sorvete durar mais.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Expectativas

Por vezes, quando um restaurante tem um certo aspecto e ambiente e as palavras no menu nos cantam ao palato, acabamos figurativamente estatelados no chão. Já me aconteceu inúmeras vezes mas hoje este sentimento viu a luz do dia e por isso é que estou aqui sentada, a teclar enquanto afogo a desilusão num caseiro bolo de chocolate com amência moída, muito pouco trigo, e alguns pistachos. Mas esta receita fica para outra altura.

Reconheço a minha reconhecida falta de paciência e por isso admito que me tenha talvez precipitado em sair dos Tibetanos sem almoçar porque me fizeram esperar 10 minutos e depois sentaram antes de mim um casal amigo que tinha acabado de chegar, e que eu ouvi dizer (não sou cusca, mas o espaço é pequeno e não tinha como não ouvir) não terem reserva. Foi a primeira desilusão da hora de almoço, os Tibetanos, com o Dalai Lama ali a olhar para nós, sereno, e certamente a reprovar de forma afável a injustiça de que eu estava a ser alvo.

Talvez eu devesse ter prolongado a minha observação da fotografia do Dalai Lama, e lembrar-me dos seus ensinamentos sobre a paciência, porque foi karma eu ter pago 9 euros para almoçar assim-assim num restaurante ali não muito longe, em vez de gastar 9 euros para almoçar incrivelmente bem, como almoço sempre, nos Tibetanos. E saudável.

Fui andando, andando pela Barata Salgueiro, vi a Emporio Armani com uma promoção qualquer que sei que por mais tentativas faça nunca aproveito porque, raios, não vou dar 150 euros por um par de calças que está com desconto de 50%, e desci mais um pouco. Ah, lá está o café/restaurante SMarta com refeições tugas baratinhas... Mas a minha necessidade de comer em sítios bonitos congelou-me à beira da passadeira e dei por mim a entrar, como se estivesse enfeitiçada, no Chutney's Bistro.

Diga-se que já comi muito bem no Chutney's, restaurante do Hotel Lisboa. Decidi, aventureira, experimentar algo diferente. Galinha Tandoori Burger. Soa bem, não soa? Tipo junk food avançada - que satisfaz aquela necessidade inexplicável de comer coisas que façam mal, mas que agrade à vista e traga algo de diferente ao paladar.

O prato tinha muito bom aspecto, mas apercebi-me no primeiro segundo que o pão não era nada de jeito. As batatas fritas eram boas, embora claramente congeladas. A salada era normal, mas o toque da amêndoa laminada e de sésamo no topo conferiu ao prato uma certa graça. Mas a galinha era dura, o pão pouco fresco e pouco saboroso. Os molhos eram muito bons, mas o molho sozinho sente-se abandonado.

Não fiquei absolutamente desiludida, mas ter de usar fio dentário depois de uma refeição de galinha não é coisa que fique positivamente na memória.

Tal como as miúdas que se apaixonam por um homem bonito e assim permanecem até ao dia em que de facto o conhecem e ele abre a boca, caiu-me tudo. Se calhar devia ter esperado mais um bocadinho, só mais um bocadinho, e a senhora nos Tibetanos acabava o café e dava-me lugar.

sábado, 17 de abril de 2010

Tarte de Ruibarbo e Morango

Ontem, numa expedição ao El Corte Ingles em busca de massa de arroz (que não encontrei!!!) deparei-me com uma planta muito cultivada em Inglaterra. O ruibarbo, longo e rosa, fez-me lembrar uma receita que vi a Nigella Lawson fazer no outro dia no programa que passa na Sic Mulher. A Nigella, para mim, é uma espécie de versão actualizada e sexy das famosas Clarissa Dickson Wright e Jennifer Paterson do programa "Two Fat Ladies" - aquelas unhas vermelhas cravadas na carne nunca me sairão cabeça. Assim como a receita estranhíssima que disseram ter aprendido em Portugal de pastéis de bacalhau, que ficou enterrado em salsa e vinho do porto (!). A Nigella faz-me lembrar as senhoras gordas porque não quer saber da saúde para nada - ela cozinha o que bem lhe apetece, só se interessa pelo sabor, e se isso significar que precisa de um quilo inteiro de margarina para o lombo ficar tenro e delicioso, then so be it!

Ora, lá fui eu googlar a receita da Nigella. Mas os comentários que li não eram muito simpáticos - parece que a massa ficava muito ensopada - e, de qualquer modo, como eu não tinha moscatel resolvi procurar outra receita. Ah ha, mas lembrei-me que a Cindy Crawford foi à Oprah e mostrou como fazer uma tarte de ruibarbo e morango. A mistura agradou-me, por isso alterei a missão de busca e degustação.

Resolvi usar uma das receitas de massa areada do meu estimado Pantagruel para não falhar (tendo, ainda sim, alterado um pouco a mesma adicionando água para a massa ficar estendível por oposição a somente espalmável, e segui a receita da Cindy para o recheio, ignorando a manteiga e o leite.

O resultado final foi muito bom, tive mais três bocas adultas e uma jovem para testar.


Massa 3944 do Pantagruel - Massa areada à portuguesa com margarina
- 1/2 kg farinha
- 125 gr açúcar
- 125 gr margarina
- 1 ovo ligeiramente batido
- 1/8 de colher de café de sal (que é como quem diz: pitada)

- E adicionei umas 4 colheres de sopa de água gelada


Recheio da Cindy, que fanou de uma revista qualquer, vide http://www.oprah.com/food/Cindy-Crawfords-Strawberry-Rhubarb-Pie
1 1/4 cups plus 2 teaspoons sugar (250 gr açúcar)
1/3 cup all-purpose flour (50 gr farinha)
1/4 teaspoon nutmeg (pitada de noz moscada)
1/4 teaspoon cinnamon (pitada de canela)
3 cups halved strawberries (na realidade pus menos que ruibarbo, era o que tinha!)
2 cups thinly sliced rhubarb (comprei uma embalagem de 750gr, cortei as zonas mais perto das folhas porque são tóxicas e tirei alguma pele rosa)
2 tablespoons butter , cut up (não usei)
2 teaspoons milk (não usei)

Convém fazer o recheio e deixá-lo repousar meia horinha porque sai imenso líquido dos morangos e das hastes de ruibarbo. Talvez funcione melhor usar farinha maizena em vez da de trigo normal para engrossar mais... Will try!

Mesmo com esta meia hora de espera e depois dos 40 minutos no forno a 180 graus + quase 1 hora de arrefecimento, a tarte tinha demasiado líquido, por isso inclinei a forma um bocadinho e despejei o excesso no lava-loiças.

Comi logo duas fatias... Já me sinto mais britânica e tudo.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Eufemismos culinários

Talvez por ser uma mulher de letras, cada vez que pego num menu de restaurante reparo nos erros de ortografia. É um exercício particularmente divertido em restaurantes chineses.

Em duas recentes expedições deparei-me com algo que - não sei se por distracção, inexistência de, ou outro - nunca tinha reparado. Uma espécie de eufemismo culinário.

Tal como os "contínuos" passaram a ser "auxiliares de acção educativa", muitos restaurantes optaram por dramatizar e embelezar os nomes dos pratos que servem. Na realidade, o grau de pré-satisfação do cliente é superior à utilização da palavra antiga, não-polida. O prato parece mais apetitoso, o restaurante deixa de ser "tasca" e passa a ser "rústico", o cliente sente que o seu dinheiro vale mais porque, afinal, está a comprar um produto claramente gourmet. O restaurante pode até cobrar mais por um prato só alterando o nome.

Exemplo nº 1: Cervejaria Lusitana
Nome do prato: Gratinado de batata recheado com vitela picada
Também conhecido como: Empadão
Preço do empadão na tasca: 5 EUR
Preço do empadão com nome especial no restaurante rústico: 10 EUR

Exemplo nº2: Restaurante Japonês Suntory
Nome do prato: Tempura de gelado
Também conhecido como: Gelado frito
Preço da sobremesa no chinês/japonês da esquina: 2,5 EUR
Preço da sobremesa no japonês de classe alta: 5 EUR

Não me estou a queixar... Aliás assim até providenciam bom entretenimento. Tenho de deixar uma boa "gorja" (na acepcção de "gorjeta", ainda não aceite pela academia)... Que é como quem diz: atribuir um prémio de produtividade ao especialista em logística de alimentos e atendimento ao cliente.